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quinta-feira, 21 de julho de 2016

Pais Extremamente Rígidos

A educação dos pequenos nunca foi uma atitude muito fácil para seus responsáveis, a cobrança social e interna de que os filhos sejam impecáveis, perfeitos e ideais é cada vez maior, visto a necessidade de que as crianças se tornem pessoas adultas, responsáveis, flexíveis, mas será mesmo que a educação rígida cumpre bem essa função de perfeição que tantas pessoas creem?
Em minha vivência como pedagoga, o que mais verifico é a necessidade de mais acolhimento aos pequenos, seus sentimentos, pensamentos, necessidades e experiências o que não é algo simples aos pais, principalmente, que vivem uma rotina agitada, com muitas obrigações e quase nenhum lazer ou mesmo tempo para conversar com quem quer que seja. 
Eis que você chega em casa, seu filho fez uma bagunça enorme, trouxe bilhetinho do educador de que na escola ele não foi muito bem e acaba por perder a cabeça e colocá-lo de castigo ou o agride fisicamente, ao invés de conversar sobre os motivos que levaram aquela situação. O que ele aprende? Há quem diga que isso é que é educação, mas na verdade, você está ensinando seu filho que agressões são justificáveis porque se a pessoa não me obedeceu, eu posso mostrar a ela, a força que ela deve fazê-lo não importa seus sentimentos sobre isso.
E quando ela vem toda feliz e diz: "Mamãe, olha que lindo esse desenho que fiz, eu, você e o papai!" e a mãe olha e avalia: "Filha, essa é nossa família? Está parecendo um monte de alienígenas só com pernas e cabeça!", você tende a pensar que isso foi uma forma de mostrar que faltaram os braços e outras partes do corpo humano, mas você desvalorizou a arte dela, mostrando a que existe um modelo que você adulta, dita à ela como correto e que só esse modelo deve ser seguido.
Essas situações parecem bobas e corriqueiras, mas saiba que pais que agem dessa forma constantemente, mostram aos filhos que as ações dos outros são sempre controláveis, seja pela força ou pela desvalorização, que ele nunca é bom o bastante, que não podem confiar nas pessoas, porque elas sempre irão fazer alguma coisa para magoá-los e que é necessário estar sempre alerta, desenvolvendo alguns sintomas que precisarão de intervenção psicológica, que a submissão a tudo o que acontece é sempre o melhor caminho, porque não adianta tentar mudar "Ninguém ouve, percebe, entende ou valoriza o que eu sinto ou penso sobre isso!" levando à falta de responsabilidade para consigo mesmo e com outros, pois meus pais são os que ditam as coisas para e por mim; dentre outros diversos problemas biológicos, psicológicos e sociais.
Se você identificou esse tipo de educação, não se julgue, nem culpe, até aqui, você não sabia o mau que causava aos seus pequenos, faça o caminho inverso, cultive o diálogo sempre, valorize as criações deles não importa se você achou que o desenho poderia estar mais bem feito, mostre que se importa com eles, suas opiniões, sentimentos e outras questões. Estabeleça limites com amor, diálogo, respeito, porque assim, as crianças crescerão com esses fundamentos e os multiplicarão em suas relações além da família. Lembre-se sempre de que a família é a primeira e a mais determinante na educação de um ser humano. E você, possui relatos, esse post lhe ajudou a refletir ao menos? Deixe sua opinião, é de grande valia para mim. Com carinho e reflexão, Alice.

6 comentários:

  1. Uma pausa para reflexão, extremamente importante para quem convive e participa da educação de crianças. Ótimo texto!

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  2. Olá querida, parabésns pelo texto, otimas reflexões sobre os caminhos da educação com nossos filhos. O diálogo deverá sempre ser priorizado na formação dos pequenos.

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  3. Obrigada Gefferson!! Bem vindo ao blog!! :)

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  4. Não sabia que você era educadora!Adorei seu texto e o seu posicionamento. Tão necessário levantar essas questões.Beijos

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    1. :) Sim, sou pedagoga. Que bom! Fico muito feliz com seu comentário! Obrigada Vigna! Bem vinda ao blog!! Beijos

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