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sábado, 4 de agosto de 2012

Pausa para reflexão

Quantas vezes você deixou de acreditar em você mesmo,na sua capacidade e na importância de sua existência?
Quantas vezes você deixou de confiar nas pessoas por ter se decepcionado diversas vezes,deixando de acreditar no valor de uma grande amizade?
Sabe,muitas vezes nos deixamos levar por coisas negativas que nos magoaram um dia e com isso, elas se tornam cada vez mais "os pilotos" de nosso ser. Sei que o ser humano é como um bloco mágico,você precisa adequar todas as cores para que ele mostre sua verdadeira figura,mas muitas vezes quando descobrimos a figura nos decepcionamos pelo simples fato de não ser aquilo que queríamos que fosse. Essa é a verdade esperamos que as pessoas sejam como imaginamos e somos todos diferentes,de realidades,de mundos,pensamentos e uma infinidade de outras coisas diferentes,então por que desejamos que o outro seja como queremos ao invés de aceitar como ele é?
Criamos infinitas expectativas quando conhecemos novas pessoas,realizamos novas amizades ou simplesmente gostamos de alguém e quando nos damos conta vivemos a maior parte do tempo imaginando e não vivênciando aquele ser humano que está ao nosso lado, "quebrando a cara",porque todos somos únicos,perfeitos do modo que somos,aprendendo uns com os outros,vivendo novas situações,crescendo com o aprendizado que obtemos,porque como dizia Marilyn Monroe: Eu acredito que tudo acontece por um motivo. As pessoas mudam para que você possa aprender a deixá-las, as coisas dão errado para que você possa dar valor a elas quando estiverem certas, você acredita em mentiras e eventualmente aprende a confiar em ninguém exceto você mesmo e as vezes coisas boas dão errado para que coisas melhores possam dar certo.
Viva,tente,demonstre carinho,amor,dialogue,busque soluções e acima de tudo aprenda com o próximo e aprecie sua existência,pois das duas uma,ou você existe e faz a diferença na vida daqueles que o cercam ou você apenas existe e é diferente,sendo apenas "mais um" na vida daqueles que te rodeiam.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Entrevista com Rosalind Mobaid

  Professora universitária com grande experiência e vivência cultural, intérprete de grande e bela carreira,Rosalind nos honra com a aceitação da realização desta entrevista.Veja a seguir:
1.Diante das tecnologias atuais e a inovação sempre presente em todos os setores,principalmente da informação,em sua opinião como seria a escola ideal?
A escola ideal não depende de tecnologia. Depende de professores bem formados, o q é raro hoje, de ambiente em que os alunos gostem de ficar, de não ensinar apenas o conteúdo, mas a conviver com os outros (colegas, professores, funcionários), de acabar com a aprovação compulsória, etc. Como se isso não bastasse, de pais que não ficassem passando a mão na cabeça de alunos que cometeram alguma bobagem, de não achar que a culpa é sempre  do professor, e que é preciso falar "não" pras crianças, de diretores e coordenadores que "fossem do lado do professor" quando este está com a razão, enfim, valores antigos que estão esquecidos
2.A ditadura militar foi prejudicial à educação no país,em que sentido isso se torna mais evidente?Ou o que ocorre não é decorrente dela?
Eu não sei se foi a ditadura que prejudicou a educação, porque naquela época o ensino ainda era muitíssimo melhor do que é hoje. Acredito que foi a falta de importância que os nossos governantes dão à educação, assim como à área da saúde, porque são setores que não "aparecem", ou que não parecem importantes para um político ganhar a eleição. E num país em que o presidente não sabe nem falar, não estudou, não tem nível nem pra ser lixeiro, não me parece reminiscência  da ditadura. Embora eu acredite que nós vivamos em ditadura ainda...
3.O ensino no Brasil ainda é muito defasado,segundo seu ponto de vista, o que seria crucial para a melhoria da qualidade no ensino público do país?
O que foi falado antes: professores mais bem preparados e com salários dignos (não precisa ser de jogador de futebol), alunos mais respeitosos e realmente com vontade de estudar, o que deveria ser estimulado em casa. Sabemos que no Brasil, a maioria das pessoas mais simples não tem condições de dar boas escolas e outros cursos aos filhos, até mesmo de comprar livros, ou até de incitar à leitura, porque eles próprios não tiveram isso, então não existe a tradição. Se houvesse um rigor maior nas escolas públicas, COMO ERAM ANTIGAMENTE, elas seriam boas como o foram no passado. Mas hoje todo mundo tira nota boa, mesmo não sabendo ler e escrever, mesmo cometendo erros crassos de português, mesmo não sabendo a tabuada. E os alunos podem desrespeitar o professor que não acontece nada.
4.A Língua Inglesa nas sociedades atuais possui uma grande importância, isso ocorre apenas por fatores econômicos?
Sem dúvida. Quando o mundo era dominado pelos romanos, a língua mais falada era o latim; quando o mundo, pelo menos intelectual, era dominado pela França, a língua francesa predominava. Agora é a vez do inglês, que além de ser economicamente o primeiro do mundo, é a língua mais fácil de todas.
5. Qual sua opinião a respeito dos pilares educacionais estabelecidos pela Unesco?Utopia ou é algo possível?
Teho quase certeza de que não é utopia na Noruega, Finlândia, Dinamarca, Japão, etc. Só é difícil em países que não acham que a educação é o mais importante para a nação, o que é certamente o caso do Brasil e de alguns países da África, só para citar alguns. No nosso país, por exemplo, é raro que um ministro da Educação seja professor, ou alguém influente. Retrato disso é o sr. Fernando Haddad, que deixou acontecer tantos escândalos em sua gestão, e que agora concorre à prefeitura de São Paulo, numa clara demonstração de que só estava ministro da Educação para preencher vaga para o PT, o que esse mesmo partido quer agora para São Paulo: marcar território, e não a melhora de nada ou de ninguém (a não ser do bolso deles)
6. A tradução é uma arte,o que a faz tão requisitada e privilegiada?
A tradução é uma arte e, como toda arte, tem que ser treinada, exercitada, repetida para que o resultado seja bom. O tradutor tem que ser alguém culto, desde o berço aprendendo várias áreas do conhecimento, lendo sempre, tanto jornais, revistas, livros, internet, saber a língua de partida e a língua de chegada e as respectivas culturas com profundidade. Nessa área, dizemos que "não existe cultura inútil". Tudo se soma.
7. Qual o diferencial de um bom intérprete?
O que foi dito acima, mais rapidez mental, capacidade de sair-se bem em situações de "saia justa', bom ouvido, boa voz, saúde (o intérprete não pode ter uma dor de dente ou qualquer coutra dor numa cabine, por exemplo, nem ficar afônico), capacidade de ficar por muitas horas dentro de uma cabine, gostar de 'adrenalina", entre outros.
8. Para você,um bom professor se caracteriza por sua didática,dinamismo ou conhecimento?
Seria ótimo ter tudo isso, mas não adianta ter muito conhecimento sem didática porque não se aprende, e não adianta muito conhecimento sem dinamismo, se não a classe dorme.
9.Qual foi a tradução mais marcante de sua carreira até o momento?
Não saberia dizer de uma só, mas gosto muito de traduzir documentos como tradução juramentada. Na interpretação, são tantos os temas envolvidos, mas os da área humana são os de que mais gosto.
10.Que mensagem você deixa aos simpatizantes,professores e tradutores que desejam aperfeiçoar seu exercício?
Estudar muito, ler tudo que puder, gostar de ler e do que faz, com bastante entusiasmo, sem necessariamente ser um 'nerd' ou um CDF, viajar quando possível para ampliar horizontes, entrando em contato com o povo e sua cultura, sempre tendo em mente que o principal atrativo no nosso caso não é o salário, mas a satisfação de ser um bom professor, tradutor ou intérprete. Digo isso de cátedra, porque dia 1º de março completo 45 anos de magistério e uns 30 de tradução e estou contente com o que fiz da minha vida na Terra.